Orientações para as Eleições Municipais de 2012





Os Bispos das Dioceses desta Província Eclesiástica (Mariana, Caratinga, Governador Valadares e Itabira - Coronel Fabriciano), apresentam as seguintes orientações para as eleições municipais que se aproximam:
“A política é uma das mais altas expressões da caridade cristã”. O exercício da cidadania deve levar o eleitor à consciência de que o sujeito da autoridade política é o povo considerado na sua totalidade como detentor do poder e da soberania. Seus representantes têm o compromisso e a obrigação de exercer o mandato de forma limpa, ética e transparente. Um representante público que não honra a cadeira que ocupa deve ser julgado e cassado e por isso não deve contar com a confiança dos eleitores.
Antes de votar, é preciso estudar o perfil do candidato, seus antecedentes, sua honestidade, seus serviços prestados com transparência e sua competência para o cargo.
O eleito deve estar a serviço do povo e não de si mesmo ou de algum grupo, e também não pode deixar-se dominar pelo poder econômico. A corrupção e a impunidade constituem grandes ameaças ao sistema democrático.
Os candidatos sejam pessoas dotadas de virtudes sociais, como competência, retidão, transparência e espírito de serviço, sendo os primeiros responsáveis pela ordem justa na sociedade. A superação da corrupção exige pessoas e partidos com perfil íntegro para o exercício do mandado público.
O eleitor consciente e responsável deve observar estes 10 mandamentos:
1º – Tomar consciência da importância da política e do valor do seu voto. 
“Voto não tem preço, tem conseqüências”.
2º – Verificar se o candidato ama o povo ao qual ele deve servir.
Em primeiro lugar, deve-se olhar o projeto político do partido e do candidato para verificar se visa realmente o bem do povo. O político que ocupa cargo público deve ser um servidor do povo.
3º – Examinar se o candidato assume verdadeiramente o compromisso social.
Só se deve votar num candidato comprometido com o povo e não naquele que apenas faz belos discursos na campanha eleitoral. O eleitor deve votar em candidatos que manifestem atitudes coerentes, demonstradas por seu passado limpo, honesto e comprometido com as causas populares. Suas propostas políticas e sociais devem ser concretas, com possibilidade de serem executadas e voltadas para o bem do povo.
4º – Observar se o candidato respeita seus adversários.
O candidato que, em sua campanha eleitoral, só sabe atacar e desrespeitar a imagem dos candidatos de outros partidos, não merece o nosso voto. Política verdadeira não se faz na base do ataque pessoal e sim a partir de propostas e programas concretos. É preciso acabar com a politicagem dos ataques pessoais de quem trata os adversários políticos como se fossem inimigos.
5º – Não considerar nenhum candidato como representante da Igreja.
A Igreja não tem partido nem aponta candidato. O compromisso da Igreja é com a vida, a dignidade humana, a justiça, o bem comum e com a ética na política. Entretanto, os cristãos leigos, individualmente ou em grupos, podem assumir, em nome próprio, posição político-partidária e apoiar aqueles candidatos que assumem valores éticos e cristãos.
6º – Não votar em candidatos, cujos projetos atentam contra a família ou contra a vida humana.
É indispensável ver a relação do candidato com a defesa da dignidade e a promoção da pessoa humana e da vida, em todas as manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Aqui se deve lembrar, sobretudo, do que diz respeito à legalização do aborto e da eutanásia.
7º – Fiscalizar aqueles que forem eleitos e exigir deles absoluta transparência administrativa.
O eleitor deve acompanhar o desempenho daqueles que forem eleitos, pois, o voto é uma espécie de procuração para que o eleito aja em nome daqueles que o elegeram.
8º – Colocar em prática a lei contra a corrupção eleitoral (n. 9.840 de 1999).
Eleitor consciente não vende e não troca seu voto. É preciso quebrar o círculo vicioso de candidatos que corrompem eleitores, e eleitores que corrompem candidatos. Quem vende o voto está vendendo a sua própria dignidade. Quem compra voto, compra a consciência do eleitor. Quem compra e quem vende voto está se degradando em sua dignidade.
9º – Levar em conta a Lei da Ficha Limpa já em vigor.
Não se trata de uma lei para alterar a atual Lei 9.840/99, mas sim de incluir novos critérios de inelegibilidade, baseados na vida pregressa dos candidatos. Agora, com a Lei da Ficha Limpa, poderemos evitar que candidatos condenados pela justiça concorram às eleições e venham a ocupar cargos públicos.
10º – Não anular seu voto nem votar em branco.
Se fizer isto, o eleitor poderá beneficiar um candidato que não merece o seu voto.
Mariana, 16 de julho de 2012
Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana
Dom Emanuel Messias de Oliveira, Bispo de Caratinga
Dom Werner Siebenbrock, Bispo de Governador Valadares
Dom Odilon Guimarães, Bispo de Itabira - Coronel Fabriciano

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