A fé e a
razão (fides et ratio)
constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a
contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de
conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que,
conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio
(cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3;Jo 14,
8; 1 Jo 3, 2) (Beato João Paulo II, Fides et Ratio, 1998)
Com a citação acima iniciamos o encontro de jovens no dia de
hoje. No colóquio analisamos, por primeiro e de modo crítico, o papel
dos meios de comunicação em massa e sua emissão de notícias referentes à Deus, à fé, à religião, à razão, ao mundo e à vida. Diante das críticas feitas concluímos, de
maneira sucinta e genérica que: a grande parte dos que se propõem a propagar
notícias sobre os tema acima, são motivados pelo lobby do politicamente correto, isto é, possuem como pano de fundo uma linguagem que afirma a não
existência de Deus e a irracionalidade da fé. Deste modo procede a afirmação
de Orígenes: “Falar
de Deus, ainda que de forma verdadeira, é perigoso, pois, além das coisas
falsas, as coisas verdadeiras tornam-se semelhantemente perigosas, quando não
são proferidas oportunamente” (Orígenes. Hom.Gên., II, 3).
Assim, partimos deste pressuposto crítico e diante deles surgiram alguns
questionamentos: Tendo em vista as notícias e os pronunciamentos da ciência via mídia, o que pode permanecer como verdadeiro? A ciência é a explicação
absoluta do homem? Qual a nossa posição crítica frente a ciência? Ante a
essas questões, permanecemos com a reflexão de Bento XVI: “Onde a razão positivista se
considera como a única cultura suficiente, relegando todas as outras realidades
culturais para o estado de subculturas, aquela diminui o homem, antes, ameaça a
sua humanidade[1]. Compreendemos que, quando a razão
científica se coloca como explicação única do homem este se tornará um ser
diminuído.
Por conseguinte, no calor da discussão e avistando o outro lado da discussão, questões sobre a
fé também surgirão no âmbito da reflexão: Qual
é o espaço da fé na existência humana? Qual
é a razão da fé? A fé empobrece o homem? A fé é o estágio infantil do homem? Seguindo
a mesma pedagogia do parágrafo acima, concluímos que a fé não é um estágio
infantil do homem, pois ela brota do desejo humano de conhecer a Deus, mas não somente
um conhecer puramente intelectual, mas um conhecer existencial, como nos
afirma Bento XVI: “A fé permite um saber autêntico sobre Deus, que abrange toda a
pessoa humana: é um “saber”, ou seja de um conhecer que confere sabor à
vida, um novo gosto de existir, um modo jubiloso de estar no mundo. A fé
manifesta-se no dom de si pelos outros, na fraternidade que torna o homem
solidário, capaz de amar, vencendo a solidão que o torna triste. Por isso, este
conhecimento de Deus através da fé não é unicamente intelectual, mas vital. É o
conhecimento de Deus-Amor, graças ao seu próprio amor[2]. Além de nos elevar para Deus a fé nos abre ao próximo.
Diante desses dois paradigmas referentes ao modo de pensar
científico e ao modo de pensar religioso, uma questão permaneceu no encontro: o que há entre a Fé e a Razão? Perante
a esta questão ulterior, conjeturamos que entre a fé e a razão deve haver a relação, ou seja, nem uma razão limitada a questão científica,
fundamentando-se seu discurso num viés puramente técnico e, nem uma fé cega,
que nega qualquer possibilidade de explicação racional de si mesma.
Enfim,
concluímos que toda a problemática que permeia o homem e o coloca em risco, só
poderá se equilibrar quando a “razão e
a fé voltarem a estar unidas duma forma nova; se superarmos a limitação
autodecretada da razão ao que é verificável na experiência, e lhe abrirmos, de
novo, toda a sua amplitude[3].
Todas essas problemáticas perpassaram o encontro de jovens da
paróquia de Santa Efigência. Para próximo encontro continuaremos..
VAMOS JUVENTUDE DESTA QUERIDA PARÓQUIA, AVANTE AO CONHECER DE
NOSSA FÉ E A ABERTURA À INFINIDADE DE NOSSA RAZÃO!
[1]
Trecho do discurso do Papa
Bento XVI aos parlamentares alemães, no dia 22 de setembro de 2011. Disponível
em:
[2]
Bento XVI. Audiência geral: O bom senso da fé (21
de Novembro de 2012) http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20121121_po.html
[3] BENTO XVI. Fé, razão e universidade: recordações e
reflexões, 2008, p.
187, § 56.
DE fato hoje se faz impossível negar uma realidade em função da outra!A fé é uma realidade, do mesmo modo que a ciência. Conforme nos disse o Papa Emérito Bento XVI nem tudo o que existe nós vemos, por exemplo o ar que respuramos, a nossa inteligência. Logo fé e razão são dois elementos constitutivos do espírito humano, conforme nosa afirma a fides et ratio. Podemos avaliar se uma informação oferecida por um meio de comunicação de Massa, avaliando se ela foi imparcial e se expôs todos os elementos referentes à notícia, o que geralmente não acontece!
ResponderExcluirPOr exemplo uma fé que queira se afirmar negando a importância da razão ou vice e versa!
Parbéns pela inicativa e pelo tema abordado! É muito pertinente!
Fabiano Alves!