1938 - O garoto Joseph (à esq.), o irmão, Georg, a mãe, Maria, a irmã,
também Maria, e o pai, Josef, em foto familiar KNA/Reuters
O papa Bento 16 estuda a
possibilidade de publicar um "Motu Proprio" para definir alguns
pontos da Constituição Apostólica e poder antecipar o conclave, disse nesta
quarta-feira (20) o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
ENTENDA O PROCESSO SUCESSÓRIO DO PAPA
Quando o chefe da Igreja Católica
renuncia a sua função ou morre, seu sucessor é eleito pelos cardeais reunidos
em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior.
Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 117 cardeais aptos a votar no conclave.
Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 117 cardeais aptos a votar no conclave.
Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
O documento papal - ou "Motu
Proprio" - permitiria aos cardeais a antecipação do conclave em que se
elegerá o novo papa, após a renúncia de Bento 16. Lombardi também não descarta
a possibilidade de o pontífice alterar outro documento relacionado ao conclave,
chamado 'Ordo Conclavis Ritos', que regula as orações e os rituais da
eleição.
"Em qualquer caso a questão
depende da avaliação do papa e se há tempo hábil para que esse documento seja
publicado de forma apropriada", relatou o porta-voz do Vaticano.
Segundo a Constituição "Universi
Dominici Gregis", o conclave deve começar 15 ou 20 dias após o Trono de
Pedro ficar vago pela morte ou renúncia do pontífice.
Mas, como o vice-prefeito da
Biblioteca do Vaticano, Ambrogio Piazzoni, explicou, a legislação em vigor
permite a antecipação desde que "os cardeais cheguem a Roma antes do
período de 15 dias e desde que não haja nada mais a esperar ".
Piazzoni salientou, no entanto, que
até o dia 28 de fevereiro, "o papa é o legislador supremo e pode também
intervir nas regras que regem o Conclave", porque "o santo padre é o
único que pode intervir na legislação" . Até o momento da sua demissão,
acrescentou, "a interpretação da lei só pode ser feita pelo
pontífice."
No sábado passado (16), o Vaticano anunciou que o conclave começará antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma. Nos últimos dias, vários cardeais expressaram vontade de antecipar o início do conclave, já que Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro e essa se tornará efetiva no dia 28 do mesmo mês.
No sábado passado (16), o Vaticano anunciou que o conclave começará antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma. Nos últimos dias, vários cardeais expressaram vontade de antecipar o início do conclave, já que Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro e essa se tornará efetiva no dia 28 do mesmo mês.
A eventual antecipação, graças à
intervenção "na última hora" do papa, poderá ser estabelecida pelos
cardeais reunidos em congregação geral no início da chamada "Sé
Vacante", ou seja, o período que começa quando o papa renuncia e o
camerlengo - o cardeal Tarcisio Bertone - assume o governo temporário da
Igreja.
São esperados 117 cardeais para os trabalhos do conclave na Capela Sistina até que a "fumaça branca" anuncie o "habemus papam".
São esperados 117 cardeais para os trabalhos do conclave na Capela Sistina até que a "fumaça branca" anuncie o "habemus papam".
Brasileiros na
decisão
O conclave terá a participação de
cinco cardeais brasileiros com direito a voto e que podem ser eleitos
pontífices. O arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, terá 78 anos
quando começar o processo. Ele será acompanhado do atual presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que
completou 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.
Os outros três brasileiros no
conclave são o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e
as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o
arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador
e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em
outubro.
Reza e renovação
Bento 16 pediu aos fiéis no domingo (17) que rezem por ele e pelo
próximo papa, em declaração feita a uma multidão maior do que o normal em sua
penúltima celebração do Angelus dominical, no Vaticano.
"Agradeço de coração a todos por suas orações e afeto nestes dias.
Os suplico que continueis rezando por mim e pelo próximo papa, assim como pelos
exercícios espirituais que começarei esta tarde junto com os membros da Cúria
Romana", disse.
As pessoas na praça de São Pedro gritaram "Viva o Papa",
agitaram bandeiras e irromperam em aplausos desde que o pontífice falou de sua
janela. Aos 85 anos, Bento 16 deixará o papado em 28 de fevereiro.
O pontífice também fez votos para que neste tempo de Quaresma a Igreja e
todos os seus membros a se "renovarem" e "se reorientarem em
direção a Deus, rejeitando o orgulho e o egoísmo".
Bento 16 pede verdadeira renovação da Igreja Católica
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